Além do Prazer: 10 Impactos Negativos da Dopamina no seu Bem-Estar

Descubra os segredos por trás do neurotransmissor do prazer.

Será que estamos sendo dominados pela busca incessante por gratificações? 

Prepare-se para mergulhar em uma jornada fascinante, onde exploraremos os efeitos dessa substância no cérebro e desvendaremos os impactos surpreendentes, mas nem sempre conhecidos, na nossa saúde física e mental. 

Convidamos você a desvendar os mistérios da dopamina e repensar nossa relação com a tecnologia.
Aventure-se nesse conteúdo e desafie suas concepções prévias sobre prazer e bem-estar!

O que é a Dopamina?

A dopamina é uma substância que atua como mensageiro químico no sistema nervoso, um neurotransmissor do sistema de recompensa do cérebro. É amplamente conhecida como o "neurotransmissor do prazer" e está envolvida na regulação do humor, motivação, aprendizado, prazer e diversas funções cognitivas.

Molécula da dopamina

Molécula da dopamina

Esse neurotransmissor é produzido em diferentes áreas do cérebro, incluindo o núcleo accumbens, o córtex pré-frontal e a área tegmental ventral. Essas regiões estão associadas ao processamento de recompensa e tomada de decisões.

Vias dopaminérgicas no cérebro

Quando experienciamos algo agradável, ou usando uma palavra da moda, "satisfatório", como comer uma comida saborosa, receber uma recompensa ou atingir uma meta pessoal, ocorre a liberação de dopamina nessas áreas do cérebro. Essa liberação de dopamina cria uma sensação de prazer e recompensa, incentivando-nos a buscar novamente aquela experiência.

As empresas de tecnologia, conscientemente, exploram esse sistema de recompensa do cérebro ao projetar plataformas que oferecem estímulos constantes e gratificações imediatas. A cada nova notificação, a cada nova atualização de feed, a dopamina é liberada, reforçando nosso comportamento de busca por mais.

Dispositivos eletrônicos dominam cada vez mais nossa atenção

É importante reconhecer que a busca excessiva por dopamina pode ter consequências negativas para nossa saúde mental. O constante engajamento com conteúdo superficial, polarizado, hipersexualizado ou sensacionalista pode levar a uma busca compulsiva por recompensas e uma sensação de insatisfação constante.

10 Consequências negativas do excesso de dopamina na nossa saúde física e mental:

  1. Vício e dependência: A busca constante por estímulos que levem à liberação de dopamina pode levar ao desenvolvimento de comportamentos viciantes. O vício em atividades online, como jogos, redes sociais ou pornografia, ocorre quando o cérebro se torna condicionado a buscar repetidamente aquelas experiências para obter a sensação de recompensa.
    Dependência ou Vício Online
  2. Diminuição da satisfação: A exposição constante a fontes dopaminérgicas pode levar a uma diminuição da sensibilidade a esses estímulos ao longo do tempo, idêntica a tolerância causada pelo uso de drogas. Isso significa que a pessoa pode precisar de estímulos cada vez mais intensos ou frequentes para obter a mesma sensação de prazer, o que pode levar a uma busca incessante por novas experiências e a comportamentos de risco, como envolvimento em atividades perigosas (e/ou ilícitas), busca por sensações extremas ou uso de substâncias nocivas, na tentativa de obter a gratificação desejada.
    Diminuição da satisfação
  3. Desregulação emocional: O desequilíbrio na liberação de dopamina também pode interferir na regulação emocional. Pessoas expostas a altos níveis de estimulação e recompensa constante podem apresentar oscilações emocionais, dificuldades em lidar com frustrações e uma sensação de insatisfação crônica.
    Insatisfação crônica
  4. Prejuízos na saúde mental: O uso excessivo de estímulos dopaminérgicos pode contribuir para o desenvolvimento de transtornos mentais, como ansiedade, depressão, transtornos do controle do impulso, ou até mesmo psicose e alucinações, principais sintomas da esquizofrenia. A pressão constante por engajamento e validação nas redes sociais também pode levar a sentimentos de inadequação, baixa autoestima e comparação social prejudicial.Prejuízos na saúde mental
  5. Isolamento social: O tempo excessivo gasto nas redes sociais em busca de recompensas e gratificações imediatas pode levar ao isolamento social. O foco constante nessas plataformas pode levar à negligência das relações interpessoais no mundo real, levando a uma sensação de solidão e desconexão.
    Isolamento social
  6. Baixa autoestima: A exposição constante a conteúdos que enfatizam aparência física, sucesso material ou padrões inalcançáveis pode levar a uma diminuição da autoestima. A comparação constante com os outros nas redes sociais pode levar a sentimentos de inadequação e insatisfação com a própria vida.
    Baixa autoestima
  7. Perda de foco e produtividade: A busca incessante por estímulos dopaminérgicos pode levar à distração constante e à dificuldade em manter o foco em tarefas importantes. O tempo gasto nas redes sociais em busca de recompensas imediatas pode prejudicar nossa produtividade e desempenho em outras áreas da vida.
    Perda de foco e produtividade
  8. Deterioração da qualidade do sono: O uso excessivo das redes sociais antes de dormir, em busca de estimulação e recompensas, pode interferir na qualidade do sono. A exposição à luz azul dos dispositivos eletrônicos e o engajamento constante com conteúdo emocionalmente estimulante podem prejudicar nosso ritmo circadiano e dificultar o sono reparador. A privação do sono adequado está associada a uma série de problemas de saúde, incluindo aumento do risco de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e comprometimento do sistema imunológico.
    Insônia
  9. Sedentarismo: O tempo gasto nas redes sociais em busca de estímulos constantes pode levar a um estilo de vida sedentário. Quando estamos imersos nas plataformas digitais, muitas vezes negligenciamos a prática de atividade física regular. O sedentarismo está relacionado ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes tipo 2 e outras condições crônicas.
    Sedentarismo
  10. Desenvolvimento de transtornos alimentares: A busca por prazer imediato e recompensas constantes pode levar ao desenvolvimento de transtornos alimentares, como a compulsão alimentar. A busca por alimentos altamente palatáveis e estimulantes pode levar a comportamentos alimentares desregulados e problemas de saúde relacionados, como obesidade, doenças cardíacas, diabetes e deficiências nutricionais.
    Transtornos alimentares

    Abraçar o Desconforto para Redefinir o Equilíbrio.

    Em um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia e pelas redes sociais, surge uma preocupação adicional relacionada ao contexto da dor e do desconforto. Além de lidarmos com os desafios da vida moderna, temos a responsabilidade das redes sociais e da publicidade, que utilizam os dados compartilhados voluntariamente (mas nem sempre conscientemente) pelos usuários para atingir cada vez mais os consumidores em suas necessidades e desejos, criando um ciclo de estímulo dopaminérgico constante.

    Nesse contexto de busca incessante por evitar qualquer forma de dor ou desconforto, a psiquiatra Anna Lembke, chefe da clínica especializada em adicções na Universidade Stanford, levanta um ponto crucial: ao eliminar completamente a dor, estamos nos privando de experiências que nos fortalecem e nos preparam para os desafios futuros. Ela ressalta que a dor pode ser entendida em um sentido amplo, englobando tanto o sofrimento emocional e espiritual quanto os diferentes tipos de dor física e psicológica. E destaca que evitar a dor nos priva de experiências que constroem nossa resiliência mental e nos preparam para desafios futuros.
    Anna Lembke é chefe da clínica especializada em adicções na Universidade Stanford e autora do livro 'Nação Dopamina' — Foto: STEVE FISCH/DIVULGAÇÃO/BBC
    Anna Lembke autora do livro 'Nação Dopamina' — Foto: STEVE FISCH/DIVULGAÇÃO/BBC


    Um exemplo interessante dessa retomada do contato com o desconforto é a terapia do banho gelado, algo aparentemente simples, mas que traz benefícios tanto para a circulação quanto para o alívio da depressão.

    No entanto, vivemos em uma época em que procuramos evitar a dor e buscar o prazer a todo custo, protegendo-nos e protegendo nossos filhos de qualquer experiência desafiadora. Essa atitude pode privar as crianças da oportunidade de construir uma fortaleza mental necessária para enfrentar o mundo.

    Diante disso, surge a pergunta:
    Será que a vida moderna, com todas as suas pressões e desafios, não exige algum tipo de alívio para essas dores?

    Anna Lembke concorda que vivemos em um mundo estranho e desafiador, e reconhece que os medicamentos psicotrópicos têm sido uma forma de adaptação a essa realidade. No entanto, ela ressalta que esses medicamentos são prescritos em excesso, sem levar em consideração seus efeitos negativos, como o potencial de vício ou a privação das emoções intensas que nos tornam humanos.

    Outras formas de “alívio” são criadas pela indústria do entretenimento, ou “indústria da atenção”, que é formada pela maioria dos meios de mídia eletrônica, incluindo as redes sociais, através da utilização de estratégias precisas e do uso dos dados dos usuários, essas plataformas mantém nossa atenção ao oferecer estímulos personalizados e gratificações imediatas, visando promover o consumo de produtos e serviços dos anunciantes. O resultado é esse ciclo vicioso que está afetando negativamente nossa saúde mental e física, levando ao vício, diminuição da satisfação, desregulação emocional e outros problemas.

    Por esta razão, o CEO da LunoSom.Com, Luno Sax, se recusa a fazer tráfego pago (anúncios) nas redes de conteúdo curto, que são as principais causadoras do vício em dopamina. Ele acredita que patrocinar essa indústria é o mesmo que patrocinar esse vício, pois muitas tendências são manipuladas pelo algoritmo apenas para a retenção da atenção das pessoas, na maioria das vezes sem agregar valor real a vida delas.

    Nota-se que é crucial repensarmos nossa relação com a tecnologia e buscarmos um equilíbrio saudável. Devemos estar conscientes dos mecanismos que nos mantêm engajados, ao mesmo tempo em que valorizamos a importância de lidar com o desconforto como uma oportunidade de crescimento e fortalecimento mental. Além disso, as empresas têm a responsabilidade de agir de forma ética, priorizando a saúde e o bem-estar dos usuários em vez de buscar apenas o lucro e o engajamento a qualquer custo. Assim, poderemos encontrar um equilíbrio saudável entre o uso da tecnologia e o bem-estar individual.


    Se você quiser saber como os patrocinadores de anúncios estão indiretamente contribuindo para o adoecimento físico e mental das pessoas, leia a matéria “PARE DE FAZER TRÁFEGO PAGO”.

    Fontes: 
    Dopamina: por que busca desenfreada por estímulos pode tirar satisfação da vida | Ciência | G1 (globo.com)
    Dopamina: o que é, função e relação com doenças - Mundo Educação (uol.com.br)

    Literatura Recomendada:

      

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